A neurocientista Sílvia Laurentino é uma das diretoras do centro que vai “ler” as emoções dos consumidores.
Quem diria que as emoções iriam guiar as pesquisas e decisões de empresas, que investem dinheiro em ações e campanhas? Mas é justamente essa matéria-prima que vem modificando o modo de pensar e utilizar o marketing no mundo todo. Nesta terça-feira (6) foi lançado no Recife uma experiência pioneira nesta área. A empresa Neurolab avalia reações emocionais e inconscientes das pessoas para elaborar estudos sobre determinada marca ou evento.
Chamado de neuromarketing, esse tipo de experimento já é bastante utilizado na Europa e EUA. No Brasil, apenas São Paulo, através da Faculdade Getúlio Vargas e agora o Recife possuem ferramentas para elaborar esses estudos. Os dois centros são desenvolvidos pelo mesmo grupo. Apesar de ser pouco conhecido, empresas de pesquisas como o Ibope já utilizaram a tecnologia, mas contratando companhias estrangeiras. A equipe que fundou o centro utilizou a experiência nesse campo realizadas no Instituto de Pesq. Sociais Politicas e Economicas (Ipespe).
“A vantagem é fazer uma leitura das reações fisiológicas do corpo no momento em que os eventos estão sendo vivenciados”, disse ao MundoBit a neurocientista Sílvia Laurentino, uma das diretoras do Neurolab. Com auxílio de softwares e maquinário como ressonância magnética, eletroencefalograma, máquina de reconhecimento facial, biometria e psicometria, os técnicos conseguem estudar o comportamento do consumidor, qual o foco de sua atenção e avaliar a relação de interesse e rejeição a determinada peça publicitária ou imagem.
Pergunto se isto representa um novo momento no modo como encaramos as pesquisas. “Isso não elimina os estudos qualitativos e quantitativos utilizados pelos institutos, mas o neuromarketing traz mais qualidade nos resultados apresentados”, diz Laurentino. Ainda há uma moderna ferramenta chamada iTracker, que registra todo o percurso feito pelo olho humano quando exposto a uma imagem. Com isso, é possível descobrir quais áreas de um anúncio as pessoas enxergam e o que as chamam atenção. “São novas possibilidades que se abrem para a publicidade”, completa a neurocientista.
Em evento realizado para empresários locais e mercado publicitário, o Neurolab não informou os valores que serão trabalhados em seus estudos. Instalados em um prédio na Ilha do Leite, Centro do Recife, os equipamentos foram trazidos, em sua maioria, da Holanda e da Alemanha. Além de atender às empresas, o lugar também será um centro de pesquisas em comportamento humano. “O investimento que está sendo feito mostra que nosso Estado está avançado nas pesquisas científicas”, diz Antonio Lavareda, cientista-político e sócio do Neurolab. “A viagem ao cérebro do consumidor é um convite irrecusável”.
Fonte: blogs.ne10.uol.com.br/mundobit
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