sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Google vai durar? ‘Economist’ vê futuro difícil para a empresa.

A revista “The Economist” publicou uma reportagem que já no título questiona: “Quanto tempo vai durar a magia do Google?”.

Descrita como “uma das mais peculiares do mundo”, a empresa floresceu durante a primeira fase da internet. Agora, diz a revista, a companhia entra em uma nova etapa, bem mais difícil.

Até agora, o Google pôde se dar o luxo de investir milhões em produtos que não trouxeram lucro imediato, uma vez que tinha um faturamento estrondoso com o seu produto principal, o site de buscas.

Mais recentemente, no entanto, “o campeão da não ortodoxia” tem enfrentado dois convencionais, mas grandes, desafios, diz a revista. São eles:

Acusações de monopólio

- A Comissão Europeia começou a investigar o Google a partir de acusações de que a empresa estaria manipulando seus resultados de busca para prejudicar concorrentes – o que a companhia nega.

- No Texas, Estados Unidos, o Google enfrenta um caso similar.

- Também nos EUA, agências de viagens que vendem pela internet têm feito lobby no governo para vetar a recente compra, pelo Google, da ITA Software, empresa que fornece dados sobre vôos.

Dependência de um único produto

Até o surgimento do Facebook, o Google era certamente o ponto de partida da maior parte das pessoas que buscam informações na web.

Neste ano, no entanto, a rede social online passou, em número de visitantes nos EUA, o site de buscas – e o Google continua “pesadamente dependente” dos anúncios ligados a buscas. A quase totalidade do faturamento do Google no ano passado, de US$ 24 bilhões, veio dessa área.

Além do Facebook, o Google enfrenta outros concorrentes de peso, entre eles a Apple. Os internautas agora têm aplicativos da própria empresa de Steve Jobs para buscar informações por meio de seus iPhones ou iPads.

O segundo desafio do Google é, portanto, buscar novas fontes de receita, que não o motor de buscas. A “Economist” faz até uma comparação com a Microsoft, cuja receita, até hoje, vem basicamente de dois produtos tradicionais: o Windows e o pacote Office.

Novos desafios

Além desses, há uma lista de outros fatores que ameaçam o Google:

- O Facebook e aplicativos da Apple coletam dados de usuários que não são acessíveis ao Google. “Isso é uma ameaça”, disse à “Economist” Eric Schmidt, presidente do site de buscas.

- Grandes produtores de TV nos EUA ainda estão hesitantes em oferecer conteúdo ao Google TV.

- Jornais estão buscando aplicativos para tablets em busca de aumentar receita. A revista acredita que esse movimento pode significar que elas tendem a retirar conteúdo aberto da internet.

- Existe uma pressão para regular a violação da privacidade na web. Nos EUA, o órgão regulador aprovou em dezembro um plano que permite aos internautas escolher se deixam ou não ser rastreados. Isso tornará mais difícil, para o Google, obter receita por meio de anúncios no motor de buscas, na opinião da “Economist”.

Fonte: blogs.estadao.com.br/radar-economico

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